Movement/Brudden desenvolve equipamentos de ginástica com ajuda de impressora 3D
A marca está em constante evolução e acompanha as tendências do mercado global e local. “Agora, no Brasil, surgiu uma nova onda, a das academias econômicas, voltadas para o autosserviço e o uso muito eventual de serviços de instrutores de ginástica”, detalha Victor Xavier, supervisor da área de engenharia da empresa. Segundo Xavier, esse tipo de ambiente demanda equipamentos de alta qualidade, que exijam pouca assistência técnica e quase nenhuma necessidade de regulagem. “Esse perfil de produto é o que libera o aluno para interagir sozinho com a máquina, sem ter de pedir ajuda ao instrutor e ter de pagar por esse serviço”.
90% dos componentes de material plástico dos protótipos contém componentes impressos na Objet30
Para se chegar a resultados como este, cada projeto é um desafio que alia o desenvolvimento da estrutura mecânica do equipamento de ginástica a uma sofisticada eletrônica embarcada. Segundo Xavier, até o final deste ano a equipe de engenharia e design da Movement/Brudden terá trabalhado em 27 novos projetos. 10 deles foram lançados em setembro na XIII IHRSA Brasil, o maior encontro de negócios de fitness e bem estar da América Latina. “O mercado está aquecido e a demanda por novos modelos é alta”. Ele acrescenta que o ritmo fica ainda mais acelerado pelo fato de todos os novos produtos – mesmo os de linhas diferentes – serem desenvolvidos simultaneamente.
No último ano, a busca diária da Movement/Brudden pela perfeição passou a contar com o apoio da impressora 3D Stratasys Objet 30. “Hoje, 90% das peças plásticas nos protótipos de novos equipamentos são impressos dentro de casa, com auxílio da tecnologia Stratasys”, observa Xavier. Somente 10% dos protótipos ainda são realizados por meio de usinagem, serviço que é feito fora da Brudden, na instalação de terceiros. “Isso acontece quando o equipamento que estamos projetando tem dimensões muito grandes”, detalha Xavier. Todo o processo de contratação do serviço de usinagem de um protótipo em um terceiro leva 10 dias. “Se fizermos a construção do protótipo dentro de casa, usando a Objet30, levaremos dois dias para produzir um protótipo funcional, capaz de suportar vários testes”. Segundo o executivo, outro diferencial do uso da impressora Stratasys é o custo do protótipo. “O gerado na impressora é muito mais barato do que o produzido no centro de usinagem”.
A variedade de materiais digitais da linha Vero, para a impressora Objet30, permite, ainda, que os protótipos se aproximem bastante dos materiais industriais utilizados na fabricação propriamente dita. Tudo isso faz com que o protótipo seja usado pela equipe de Xavier em testes essenciais para validar os novos produtos. “É fundamental que, durante o processo de montagem dos vários componentes que formam, por exemplo, uma esteira, o ajuste entre duas peças seja ressaltado por um ‘clique’, um ruído bem específico que indica que os componentes estão montados da maneira correta”, detalha Xavier. “O protótipo impresso nos materiais Stratasys aproxima-se o suficiente do produto final para, durante testes de montagem feitos com o mockup, produzir o ‘clique’ que indica que tudo está correto com as medidas e as formas do componente da esteira em fase de desenvolvimento”. Se durante a montagem do protótipo impresso em 3D esse ‘clique’ não se fizer ouvir, é sinal que há necessidade de se corrigir o projeto.
Testes checam alinhamento com a norma BS EM 956
A extrema proximidade entre o corpo do ginasta e os equipamentos Movement traz outros desafios ao projeto. “Durante a fase de desenvolvimento de um novo produto temos de verificar o nível de atrito entre o equipamento e o corpo humano, de modo a checar se é necessário realizar alguma lubrificação, usar materiais protetores, etc.”, descreve Xavier. Os protótipos impressos na Objet30 permitem a realização de testes de ergonomia que ajudam a equipe de engenharia e design a consolidar o projeto de um novo produto. Isso é importante porque são fatores como esses que mantém os produtos Movement alinhados com a norma que rege o mercado global de equipamentos de ginástica – o BS EM 956, da Comunidade Europeia – garantindo a segurança e a saúde de quem utiliza os produtos da Brudden.
A obediência à norma BS EM 956 exige, ainda, que a equipe de Xavier realize testes sobre o fluxo de líquidos que, por acaso, se derramarem sobre o produto Movement, além de testes de resistência à temperatura. O teste com líquido serve também para simular de que forma o equipamento reagirá ao contato com o suor do atleta. Para se chegar a uma resposta, pode-se derramar um pouco de água sobre, por exemplo, uma bicicleta cycle indoor. “Essa água terá de percorrer um determinado caminho, de modo a não ficar presa dentro de locais que possam gerar odor ruim ou oxidação no equipamento – com o protótipo impresso em 3D, é possível fazer essa simulação”. Em relação aos testes de temperatura, a equipe de engenharia e design da Brudden também utiliza o protótipo realista impresso na Objet30. “Submetemos o protótipo a um determinado aquecimento e depois medimos as temperaturas aferidas em diversas partes do equipamento, de maneira a checar o comportamento dos materiais neste tipo de situação”.
ROI atingido um ano após a compra da impressora 3D
A decisão de comprar a impressora 3D visava conquistar mais agilidade e autonomia na fase de testes de novos produtos Movement/Brudden. “Pesquisamos vários fornecedores do mercado e escolhemos a Objet30 por ser um equipamento de porte adequado aos nossos projetos, que poderia ser instalado de forma simples dentro da própria área da engenharia”, detalha Xavier. “O planejamento de compra da impressora 3D foi feito de forma a conquistarmos o ROI (Return on investiment, retorno sobre investimento) sobre essa compra em apenas 1 ano, o que de fato aconteceu”.
Para Xavier, é muito importante, além de levantar o custo e as características técnicas da impressora 3D – checando se a máquina escolhida realmente será capaz de produzir protótipos que suportem os diversos testes de validação de novos produtos – incluir no orçamento outras despesas ligadas ao uso desta tecnologia. “A impressora 3D não é um brinquedo e sua compra não deve ser analisada apenas pelo preço da máquina”, alerta. “É essencial incluir no planejamento da compra os custos recorrentes de aquisição de materiais de impressão e materiais de suporte à impressão”.
A SKA é o parceiro de negócios da Stratasys Brasil encarregado de oferecer suprimentos e serviços para a Objet30 da Movement/Brudden. “Essa empresa conta com uma equipe de engenheiros competentes, que agregam valor à tecnologia de impressão 3D”, avalia Xavier.